Eu
pediria paixão outra vez, pediria sua certeza de que nossa história teria um
fim bonito, pediria seu afeto e sua magia que nos unia de forma intensa à
alegria, pediria minha música em sua voz e saberia que era pedir demais,
esperar demais, irracional demais. Então não pronuncio, nem deixo em segredo,
me desfaço da idéia, me despeço da esperança, não peço nada disso, mas que você
viesse e me olhasse com descrença, e me provocasse, e me obrigasse a acreditar
em tudo aquilo que existe, onde só vejo metades. Eu preciso tanto, tanto, dessa
sua fé cega, meu amor, que você me faça andar outra vez, porque eu não consigo
mais me apoiar em móveis, pessoas, canções. To pedindo um resgate, salvação,
chega a ser dolorida essa minha necessidade de acordar, de seguir, de desejar
alguém entrando assim pela porta sem tocar a campainha e vindo correndo me
apertar nos braços. Alguém que não tivesse essa cautela eterna, alguém que
fosse invasivo e aventureiro e se prestasse a colocar os pés em meu chão, a
colocar as mãos em meu rosto e me olhar bem no fundo, com segurança, até me
convencer de que estou inteira. Alguém, especificamente você.
E eu queria que
viesse rápido.
(Zaluzejos)
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