“Todos temos certo potencial para ser vilões. Basta uma frase
equivocada, não responder a algumas ligações, não corresponder às expectativas
dos outros. Pode ter certeza. Você já foi a pessoa má, insensível e ingrata da
vida de alguém mesmo sem querer.
Relacionamentos novos só
começam porque antigos terminaram. Para quem foi excluído dessa equação pode
parecer que foi você quem praticou o ato de vilania.
Pense nos foras que já deu, nos amigos que decidiu não ver mais,
nas cartas de amor a que não
respondeu.
Nem sempre somos os
mocinhos de nossa própria história. Na procura pelo príncipe encantado é
possível pisar em alguns sapos sem perceber.
Isso não significa ser mau-caráter.
Reconhecer que podemos
virar persona non grata para alguém é o que faz reavaliar o papel do vilão.
Talvez a bruxa que lhe faz mal seja apenas mais uma insegura diante de um
espelho buscando autoafirmação. Não há como não se identificar com isso.
É nesse momento que o
sapatinho de cristal vira um chinelo de dedo. Com os pés no chão não é preciso
desejar um final feliz para todo mundo – e é possível compreender que vilões
podem ser só pessoas tão comuns quanto você e eu.”
-Felipe Luno-
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