Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim,
quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer,
lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira,
uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito
tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar
nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do
quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma
coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que
insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do
jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu
prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em
dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”
Caio Fernando de Abreu
Sabe quando você não tem nada pra dizer?
Então, eu não tenho nada pra dizer.
Quer dizer, tenho muito a dizer, mas não posso ainda.
Posso, mas não devo. Devo, mas não queria. Não agora, nem naquela hora. Era preciso tempo, decisão, comunhão de idéias, carinho pra ouvir, atenção. Mimimis só, não valem perdão. Não fazem força não. E enchem de esperança um coração.
Assim quero mais não. Eu disse. Já disse mesmo. E tenho razão. Não se perder o que se tem é uma arte, precisa dedicação.
Estou mais leve por isso, agora não assusta tanto mais.
Mas pode assombrar amanhã, tudo outra vez. É preciso estar alerta.
E não sei se vou repetir tu-do outra vez. Porque eu tenho razão. Com toda sinceridade...
Se é isso que quer, está no caminho certo. Mas, pense sim, que pensar é bom!
Estou mais verdadeira por dizer. Senão, não seria eu.